terça-feira, 11 de agosto de 2009

Limpeza de Dados

Limpar os dados, em um DW, é parte fundamental nos processos de carga e transformação de tudo aquilo que vem dos sistemas transacionais ou fontes externas.

De acordo com o Gartner Group, o processo de "Limpar os Dados", tem que ter as seguintes etapas:

  • Elementarização - significa separar os dados em componentes, chamados "elementos".
  • Padronização - significa aplicar um formato padrão a esses elementos.
  • Verificação - significa examinar os elementos e procurar por erros.
  • Identificação - significa detectar elementos idênticos, como por exemplo, endereços ou nomes iguais.
  • Householding - identifica grupos de elementos que possuem caracteristicas em comum, como por exemplo pessoas diferentes que residem em um mesmo endereço.
  • Documentação - significa capturar os resultados dos passos anteriores para facilitar futuros exercícios de limpeza de dados.

Abaixo vou demonstrar umas fases de um processo básico de Limpeza de Dados.

- Cleansing - Durante esta fase, os dados são divididos em partes menores (parsing) para facilitar a correção, a padronização e a identificação dos dados, pois permite efetuar comparações de componentes individuais de forma mais eficaz do que utilizando o dado inteiro.

Após a divisão dos dados, a próxima fase do processo de limpeza é a correção (correcting). A correção tem como objetivo ajustar problemas de discrepâncias de abreviações e formatos na entradas dos dados; ausência de letras causad pela similaridade fonética durante a entrada dos dados por telefone; informações desencontradas devido a mudanças de nome e endereço, entre outras ocorrências.

O passo seguinte é a padronização (standardization), que tem como objetivo comparar a representação do dado com uma representação padrão pré-estabelecida, reduzindo assim problemas de abreviações inconsistentes, títulos não utilizados, similaridade e variações de pronúncia, entre outros.



O passo final desse estágio de limpeza é o enriquecimento, que significa inserir novos dados e completar informações que falatavam. Esse processo pode ser efeturado por outra empresa, ou utilizando outra fonte de informação adicional, ou atualizando manualmente essas informações.




- Identificação: processo que permite detectar dados similares dentre os dados da origem, eliminando duplicidades e consolidando as informações.



- Consolidação: depois que os dados duplicados foram identificados na fase de Identificação, é possível gerar uma visão consolidada utilizando critérios pré-definidos. Depois de consolidados, os dados são transferidos para um Data Warehouse, Data Marts ou outro repositório.



Qualidade de Dados

Falar de Qualidade de Dados (QD), para mim é prazeroso e não ao mesmo tempo, pois como profissional de BI, boa parte do processo da carga e transformação para o Data Warehouse, depende de como os dados se apresentam nos sistemas transacionais ou fontes.

É muito bom quando me deparo com um banco de dados transacional, onde os dados respeitam as formas normais, estão completos, limpos e íntegros. Isso influencia diretamente no mapeamento das informações para a carga, tanto em qualidade quanto na velocidade do desenvolvimento das rotinas de extração dos dados. Porém, o que temos, principalmente quando os sistemas são legados (sistemas construídos pela área de TI das empresas), não é um mar de flores. Venho me deparando, ao passar do tempo, com bases históricas totalmente deterioradas e sem nenhum padrão.

Pesquisei o que alguns autores falam sobre a Qualidade de Dados e abaixo citarem, resumidamente, o que eles falam sobre este tema.

Richard Wang (2000) defende a idéia de que a qualidade dos dados depende dos processo utilizados durante o projeto e geração desses dados. Ele trata a questão da qualidade sob duas perspectivas: visão interna e visão externa. Onde a visão interna trata do projeto e da operação e a visão externa trata da utilização e o valor da qualidade.

Para Larry English (1999) classifica a qualidade de dados em:
  • Qualidade da definição.
  • Qualidade da arquitetura da informação.
  • Qualidade da apresentação dos dados.
  • Satisfatoriedade dos dados.


Strog (1997), seguindo o conceito de fábrica de informação, apresenta 3 papéis essenciais neste ambiente: produtores, custodiantes e consumidores. Determina as dimensões da QD a partir da visão dos consumidores.

O que dá para concluir sobre este assunto e o que "deveria" existir em um DW, em relação a Qualidade dos seus dados seria:

  • Acurácia - representa a distância entre dois valores v e v1, sendo v considerado o valor correto.
  • Precisão - a representação dos dados é fidedigna à realidade.
  • Integridade - as estruturas dos dados são mantidas de forma consistente, de forma a garantir a veracidade das relações entre elas.
  • Completude - todos os dados necessários estão presentes.
  • Validade - os valores estão dentro dos limites estipulados pelo negócio.
  • Disponibilidade - os dados estão disponíveis quando requisitados.
  • Acesso - os dados são facilmente acessados, compreendidos e usados.

Metodologia de desenvolvimento de DW

Após vermos os componentes e a estrutura de um Data Warehouse, construí-lo, deve seguir um modelo coerente e que se adapte as necessidades da empresa. Devemos considerar também os recursos humanos e tecnológicos disponíveis.

Como sou seguidor das idéias de Inmon, em tudo o que se refere a DW, considero a metodologia de desenvolvimento deste autor a mais completa e estruturada, por isso vou abordar o que ele diz nesta publicação.


Abaixo, temos uma planilha bem resumida, mostrando o que Inmon pensa sobre um desenvolvimento coerente de um ambiente de DW.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Estruturas de DW

Para construir um DW, alguns pontos como escopo, abrangência, resultados e tempo de desenvolvimento devem ser considerados.

Dois pensadores, Inmon e Ralph Kimball, que são os grandes escritores sobre este tema, têm propostas diferentes sobre como arquitetar de um DW.

A proposta de Inmon, chamada de “Top Down”, é uma proposta que se inicia com a extração, a transformação e com a integração das informações dos sistemas operativos e dados externos para um ODS ou até diretamente das fontes operacionais. Feito isso, os dados e metadados são transferidos para o DW.

A partir do DW são extraídos os dados e metadados para os Data Marts (DM). Nos DMs, as informações estão em um maior nível de sumarização e, normalmente, não apresentam o nível histórico encontrado no DW.

Esta implementação tem como lado positivo o fato de forçar a empresa a definir regras de negócio de forma corporativa antes de iniciar o projeto do DW em si.

Vantagens:
  • Herança de arquitetura: todos os DMs utilizam mesma arquitetura e dados do DW, facilitando a manutenção;
  • Visão de empreendimento: o DW concentra todos negócios da empresa;
  • Repositório de metadados geral;
  • Controle e contralização de regras.
Desvantagens:
  • Implementação muito longa;
  • Alta taxa de risco;
  • Equipe experiente;
  • Desgastes dos gestores que esperam muito tempo por resultados.
A proposta de Kimball, chamada de “Bottom Up”, começa com a extração, transformação e a integração dos dados para um ou mais DMs, sendo estes DMs modelados, normalmente, através de um modelo dimensional.

Os projetos serão menores, independentes, focando áreas ou assuntos específicos.

Este tipo de implementação permite que o planejamento do desenho dos DMs possam ser realizados sem esperar que seja definida uma infra-estrutura corporativa para DW na empresa. Esta infra-estrutura não deixará de existir, só que ela poderá ser implementada de forma incremental conforme forem sendo realizados os DMs.

Vantagens:
  • Implementação rápida;
  • Retorno rápido;
  • Manutenção do foco da equipe;
  • Herança incremental.
Desvantagens:
  • Ausência de padrões únicos de metadados;
  • Perigo de Legamarts;
  • Redundâncias e inconsistências;
  • Com uma estrutura de múltiplos DMs, o processo de extração pode tornar-se crítico na interferência junto aos sistemas transacionais, devendo então sofrer um processo de gestão mais amplo e metodológico.
Em todos os projetos que participei de Data Warehouse, foi adotada a abordagem proposta por Kimball. Creio que as empresas hoje em dia não, devido ao dinamismo e a necessidade de informação, acabam não adotando projetos tão longos como a idéia que Inmon defende. Presenciei um projeto onde, a empresa terceirizada pelo projeto, adotou a abordagem Top Down e depois de 3 anos de desenvolvimento, não foi entregue um só report. No final das contas, a direção da empresa cancelou a parceria com esta empresa. Foi feito um Insourcing do DW e BI e adotaram-se projetos (Visões / Data Marts) menores e com retornos mais rápidos, ou seja, a abordagem Bottom Up acaba trazendo resultados mais rapidamente, o que na minha opinião, é o que os gestores querem hoje em dia.

Componentes de um DW

Como Inmon é o pai do DW, acho coerente uma definição dele sobre o que é um Data Warehouse. Segundo ele, o DW, é uma coleção de dados orientada por assuntos, integrada, não volátil e variável em relação ao tempo, que tem por objetivo dar suporte aos processos de tomada de decisão.

Abaixo segue uma figura que demonstra as partes mais comuns de um Data Warehouse:




Data Warehouse – fora a definição inicial dada por Inmon, às características de um DW corporativo é ser de grande abrangência, complexos e alta probabilidade de insucesso (sólido).

Data Marts – são visões direcionadas de negócios, por exemplo, financeiro, marketing, Rh, financeiro, etc. Eles são evolutivos, tem enfoque inicial em aspectos mais críticos, performático e com menor risco e custo.

Staging Area – representa uma área de trabalho que recebe dados vindos dos sistemas OLTPs e provê informações para o DW. O modelo de dados não precisa seguir técnicas de modelagem, como as famosas “formas normais”, aplicadas em sistemas transacionais. Não tem como objetivo serem utilizadas para consulta, mas sim como área de limpeza e transformações para o DW.

ODS (Operational Data Source) - armazena de dados atuais ou quase atuais para suporte a decisões operacionais do dia-a-dia. Como o DW, ele é orientado a assunto, é integrado, porém volátil, ou seja, permite atualizações. Mostra a visão corporativa dos dados em nível detalhado. É utilizado quando há a necessidade de se integrar os dados no nível operacional.

ADW (Active Data Warehouse) – como este componente não muito comum em DW comuns, eu não coloquei na figura inicial, porém vou descrever sua utilidade. É a área do DW diretamente relacionada a CRM. É um plus do DW tradicional. Tem atualização praticamente em tempo real. Atende usuários do nível estratégico e tático além de ser orientado a evento.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O que é Data Warehouse

Data Warehouse (DW), ou Armazém de Dados, foi criado pela IBM na década de 60 com o nome de Information Warehouse. Foi relançado várias vezes sem sucesso. O nome “Data Warehouse” foi dado por Willian H. Inmon, considerado o pai desta tecnologia. Tornou-se viável com o surgimento de novas tecnologias para armazenar e processar massas enormes de dados.

A proposta inicial de um DW, é ser um sistema que armazena dados históricos usados nos processos decisórios e integrar os dados corporativos de uma(s) empresa(s) em um único repositório (banco de dados).

Um DW tem serve para criar uma visão única e centralizada dos dados que estão dispersos em vários bancos de dados, planilhas, etc. Permitem também que os usuário finais executem consultas, gerem relatórios e façam análises em um ambiente apartado, sem interferir na performance dos sistemas transacionais (operacionais) da empresa.

O objetivo de um DW é armazenar os dados em vários níveis de sumarização e estes devem estar identificados, catalogados, coletados, disponibilizados e transformados.
Abaixo segue uma estrutura convencional de DW, que em futuras publicações irei explicando detalhadamente.




Os benefícios da utilização de um DW não dependem só de tecnologia aplicada mas também do potencial humano de fazer as análises e as interpretá-las. Os sistemas não são soluções, eles apenas fornecem informações para as pessoas usá-las de forma inteligente.

Ambiente da Tomada de Decisão

Em uma organização, a Tecnologia de Informação (TI) deve prover um ambiente que armazene, integre, disponibilize e compartilhe informações relevantes, com qualidade, agilidade e flexibilidade.

Caso a TI propicie um ambiente com todas estas variáveis citadas acima, o gestor terá uma facilidade em identificar ameaças e oportunidades nos negócios. Assim, converter ameaças em boas chances de lucros e as oportunidades sejam aproveitas.

Neste ambiente de tomada de decisão, as principais dificuldades são:
  • Quantidade de dados a serem analisados cresce com a expansão dos negócios e com o passar dos anos.
  • Dados conflitantes vindos de fontes diferentes podem gerar informações desencontradas.
  • Impossível para uma pessoa manter e analisar todos os dados.
  • Informação não é mais mantida por gerentes devido à mobilidade do mercado de trabalho.

Mesmo tendo a presença de uma TI na organização, não quer dizer que o ambienta para o processo decisório seja adequado em termos de maquinário e softwares. São diversos os problemas e as soluções encontradas em um ambiente, mesmo com uma TI atuante, são alguns:

  • Problema – dados históricos não são mantidos nos bancos de dados da empresa:
    - Volume de dados seria muito grande;
    - Desempenho seria insatisfatório.
  • Solução – criar um banco de dados exclusivamente para manter dados históricos:
    - Especializado para realizar poucas consultas sobre um grande volume de dados.
    - Surge o Data Warehouse.

Irei escrever um pouco, em futuras publicações, sobre conceitos de Data Warehouse.

Ferramentas para a Tomada de Decisão

Após termos conceituado o que é tomar decisão e suas necessidades em uma corporação, levantei algumas ferramentas, ou técnicas, de como facilitar a vida do gestor neste processo decisório.

Espinha de Peixe – uma maneira de identificar sintomas de problemas na etapa de análise da situação atual, é a proposta feita por Ishikawa construindo um diagrama de causas e efeitos, conforme mostra a figura abaixo:






Regra dos Cinco Porquês – pratica desenvolvida por Taiichi Ohno, que visa perguntar “por que” cinco vezes, sempre que houver um problema. A idéia baseia-se na identificação da causa básica de um problema para que se possa implementar medidas eficazes de correção (ou prevenção).

Janela de Seleção – técnica usada para definir prioridades. Há uma distinção entre urgência e importância. A conseqüência para o dinamismo em excesso é a falta de organização na determinação e delegação de tarefas, fazendo com que, na maior parte do tempo, as ações se voltem para apagar os incêndios. É neste momento que a tomada de decisão sobre “o que deixar de fazer” faz a diferença.
Para auxiliar no que é importante e o que é urgente, pode ser utilizar a janela de seleção para organizar as ações:
  • Desenhar uma janela contendo quatro quadrantes idênticos;
  • Marcar a janela com escalas de esforço e importância de baixo para o alto, na vertical e horizontal, respectivamente;
  • Considerar todas as opções, questionando inicialmente qual o grau de relevância da tarefa para o objetivo principal, e na sequência, quanto esforço será exigido;
  • Transcrever o resultado para um dos quadrantes.

Abaixo, um exemplo de Janela de Seleção:



Árvore de Decisão – “dividir para conquistar”. Assim como uma árvore de verdade, é representada por galhos e ramificações que permitem traçar um caminho de atuação para cada hipótese adotada para o problema. Traçar um caminho crítico, que representa a melhor opção para o problema, facilita o processo de monitorar a ação e seus resultados. Cada nó da árvore é representado por um teste lógico, indicando obrigatoriamente duas possíveis respostas: sim ou não. Conforme o problema vai sendo resolvido, novas questões (novos nós) surgirão, até que não haja mais nenhuma condição de teste.

Decisão sob Pressão – decidir com qualidade e rapidez é fruto da aliança entre a prática, o conhecimento do negócio e o bom uso dos recursos tecnológicos e humano.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Informação, Competitividade e Estratégia

Estes conceitos estão integrados entre si e são complementados pelos conceitos de flexibilidade, dinamismo, eficiência e eficácia (efetividade).

Informação e competitividade:

A informação desempenha papéis importantes tanto na definição quanto na execução de uma estratégia. Isso se dá em relação ao aperfeiçoamento da definição de estratégias competitivas, à capacidade de executar estas estratégias ou à habilidade necessária para garantir que estratégias e execução permaneçam sincronizadas entre si e com o ambiente competitivo.

Ao atuar na definição da estratégia sobre o ambiente competitivo e sobre a organização, a informação auxilia os executivos a identificar tanto as ameaças quanto às oportunidades para a empresa e cria o cenário para uma resposta competitiva mais eficaz. A informação funciona também como recurso essencial para a definição de estratégias alternativas.

Já na execução da estratégia competitiva, as informações propiciam novas alternativas para a elaboração de processos que criam e oferecem produtos e serviços. A informação representa uma das ferramentas mais importantes e maleáveis a serem utilizadas pelos executivos para diferenciar produtos e serviços. Em alguns casos, a informação é o próprio produto (McGEE e PRUSAK, 1998).

Informação e flexibilidade:

A informação é essencial para a criação de uma organização flexível na qual existe um constante aprendizado. De posse das informações necessárias e atualizadas, a empresa pode implementar imediatamente a realização estratégica de seus objetivos e reconhecer, com maior facilidade, a necessidade de modificá-los quando se tornarem ineficazes (McGEE e PRUSAK, 1998).

A informação tem a capacidade de tornar a empresa mais flexível à medida que a melhoria da coordenação, comunicação e colaboração entre os indivíduos levam à captação do conhecimento para o benefício da organização. Isso pode ocorrer de duas formas. Uma delas é pela transparência do conhecimento especializado e do aprendizado individual para os que necessitam ou podem lucrar por meio deste conhecimento. A outra é o desenvolvimento de métodos de coleta e preservação do conhecimento tácito, daquilo que os especialistas aprendem por meio de suas memórias e experiências (REZENDE, 2001).

Embora muitas organizações reconheçam que seu mais valioso ativo deixe suas instalações ao final de um dia de trabalho, poucas têm dado o devido valor às informações destes profissionais, buscando sistematicamente outras formas de coletar e preservar esses conhecimentos especializados (McGEE e PRUSAK, 1998).

À medida que o conhecimento é difundido, a empresa deixa de ter a visão típica da sociedade industrial. Nesse modelo, a empresa esta baseada em uma estrutura hierárquica e na subdivisão do trabalho por especialidades ou funções. Cada departamento vê e entende somente suas próprias tarefas, sem conectá-las com outros departamentos, produtos finais e metas da organização. No novo contexto, as empresas passam a ter a visão de uma organização flexível, em que a comunicação e a informação fluem por todos os setores (ARAUJO, 1985; LUPORINI e PINTO, 1985; NEWMAN, 1987; MAÑAS, 1994).

Informação e dinamismo:

As organizações estão modificando-se profundamente, invertendo suas pirâmides organizacionais, criando unidades de negócios autônomas, descentralizando decisões, constituindo parcerias. A garantia de sua integração e da manutenção de parâmetros comuns de atuação é dada pela informação, que flui entre suas várias partes. Os Sistemas de Informação funcionam como o esqueleto de sustentação da organização.

A Tecnologia da Informação na empresa global, além de corresponder ao instrumento básico para tratar seu principal recurso, a informação, possibilita aplicação estratégica por trazer ganhos reais à instituição.

O que movimenta a empresa e o que lhe dá dinamismo é o conjunto de seus Sistemas de Informação, ou seja, a gama de informações produzidas por seus sistemas, de modo que possibilite o planejamento, a coordenação e o controle de suas operações. Pode-se afirmar que uma empresa é a mais dinâmica, mais agressiva e mais atuante do que outras quando possui melhores sistemas de comunicação (ENSSLIN, 1995).

Estrutura de forma adequada, a informação, conseqüentemente, torna a empresa mais dinâmica. Isso acontece a ponto de se poder afirmar que tanto mais dinâmica será uma empresa quando melhores e mais adequadas forem as informações que os executivos dispõem para a tomada de decisão (CASSARRO, 1999).

Informação, eficiência e eficácia (efetividade):

A eficiência, em relação ao sistema organizacional diz respeito a resultados decorrentes de uma atividade qualquer, ou seja, trata-se da escolha certa para determinado problema ou decisão.

A eficiência de uma empresa pode ser definida pela relação entre resultados obtidos e resultados pretendidos. Para que uma empresa possa adotar políticas estratégicas eficazes, é necessário que estas sejam baseadas em informações, que passa a ser a principal matéria-prima de qualquer organização (BIO, 1993). A informação certa comunicada a pessoas certas é de importância capital para a empresa. A efetividade é a somatória da eficiência e da eficácia.

Portanto, ao considerar a informação como matéria-prima principal para a tomada de decisão na organização, torna-se necessário que esta se preocupe com a qualidade da informação que é fornecida a seus decisores. Para decisões realmente eficazes, é necessário um cuidado detalhado com a integridade, precisão, atualidade, interpretabilidade e valor geral da informação (McGEE e PRUSAK, 1998).

O caso – Magazine Luiza

O Magazine Luiza foi o precursor do varejo eletrônico no Brasil [Negócios Exame, 2001]. Em 1992, muito antes da explosão comercial da Internet, ele já trabalhava com lojas virtuais. Suas lojas virtuais, sem estoques e sem mercadorias expostas, possuíam apenas computadores, munidos de catálogos de produtos, e funcionários que orientavam os compradores a utilizar os equipamentos, tirando suas dúvidas. Enquanto a grande maioria das empresas adotava o comércio eletrônico procurando forçar seus clientes a visitar seus sites (gastando muito dinheiro com sua divulgação e esperando que o simples fato de estarem na Internet levasse os consumidores a comprar pela Internet), o Magazine Luiza resolveu usar um conceito bem diferente. Ele resolveu educar e habituar seus consumidores ao sistema de compras eletrônicas, deixando que os próprios consumidores decidissem como preferiam comprar. Os funcionários existentes nas lojas tiram dúvidas e auxiliam os compradores a utilizar os equipamentos. Suas lojas virtuais continuam sem estoques nem mercadorias expostas, contando agora com computadores ligados à Internet, possibilitando compras on-line por todos os tipos de clientes (tanto nas lojas como em casa, via Internet).

O emprego que o Magazine Luiza fez do conceito de lojas virtuais, com atendimento personalizado, mostrou ser uma estratégia acertada de varejo eletrônico.

Com sua visão inovadora de comércio eletrônico, o Magazine Luiza foi criando "mind-share" (difusão dos conceitos de uma idéia e trabalhar no seu marketing de forma a torná-la comum e popularizar o seu uso) e foi conquistando seus consumidores pelo respeito às preferências de compra de cada um.

Além do mais, o dinheiro que economizou sem fazer propagandas para divulgar seu site no auge da Internet pôde ser usado depois em campanhas nacionais. Um emprego de dinheiro muito mais eficiente, uma vez que o mind-share e a cultura do comércio eletrônico já tinham sido implantados.

O caso – Bradesco

Sendo um banco de perfil estratégico e altamente focado em inovações tecnológicas, o banco Bradesco foi um dos primeiros a investir na promessa da Internet pelo celular, na época uma tecnologia emergente. Através de uma parceria com a Samsung, o banco escolheu um protocolo chamado Anyweb (tecnologia de propriedade da Samsung que foi desenvolvida especialmente para o serviço de Internet móvel). Infelizmente para o Bradesco, o protocolo que eventualmente foi se tornando padrão de fato e sendo amplamente divulgado e usado foi o WAP (Wireless Application Protocol).

Como foi o primeiro a lançar seus serviços pelo celular, o Bradesco ganhou destaque. Investimento em uma tecnologia que não recebeu o devido valor do mercado, ele teve de repensar e modificar sua linha de investimento. O que ele perdeu? Dinheiro. O que ele ganhou? Foi o primeiro (apoiando uma estratégia de inovação), ganhou experiência e acabou forçando seus concorrentes a segui-lo e a adotarem esta nova tecnologia. Os outros bancos se viram "obrigados" a oferecer serviços para os seus clientes, equivalentes aos do Bradesco. Como o risco de ficarem para trás.

O investimento do Bradesco, no serviço de Internet móvel usando protocolos emergentes (Anyweb e WAP), demonstra claramente a dimensão de risco que a adoção de novas tecnologias pode significar.

O caso – Enciclopédia Britânica

Os responsáveis pelas decisões da Encyclopaedia Britannica [Evans, 2000] não acreditaram no sucesso dos computadores pessoais e nem da capacidade de armazenamento dos CD-ROMs. Ignoraram estes dois fatos e confiaram que sua estratégia de venda de enciclopédias, bem encadernadas com papel fino, juntamente com o status que esta coleção dava ao adquirente, fossem motivos suficientes para manter seu mercado fiel. A Britannica só não foi à falência total porque, sob nova administração, resolveu finalmente produzir material escolar em CD-ROM com acesso também à Internet.
Apesar da qualidade "Britannica", esta nova forma de negócios não resgatou o seu sucesso anterior. Sem vendedores, sem estrutura comercial, sem resultados significativos, e pior de tudo: sem interesse do mercado, a Encyclopaedia Britannica não é mais a mesma. Tudo isso porque demorou a perceber a importância que as tecnologias da informação, emergentes à época, poderiam ter para o futuro do seu negócio.

Como usar a Informação gerada pelos Sistemas

Com base no que os autores pesquisados escrevem e na experiência obtida em empresas nos últimos anos, é possível chegar a uma proposta de como melhor utilizar a Informação gerada pelos Sistemas de Informação nas Tomadas de Decisões pelos gestores na organização.

As empresas devem usar os Sistemas de Informação como um suporte no processo de geração de uma Informação. Tendo um Sistema de Informação bem estruturado, os benefícios que este gera são:
  • Redução de custos nas operações.
  • Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos, com menor esforço.
  • Melhoria na produtividade.
  • Melhorias nos serviços realizados e oferecidos.
  • Melhoria na tomada de decisões, por meio do fornecimento de informações mais rápidas e precisas.
  • Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão.
  • Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões.
  • Melhoria na estrutura organizacional, para facilitar o fluxo de informações.
  • Melhoria na estrutura de poder, proporcionando maior poder para aqueles que entendem e controlam o sistema.
  • Redução do grau de centralização de decisões na empresa e,
  • Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos.
Além de todos os benefícios citados acima, este Sistemas, em minha opinião, geram um padrão de qualidade na Informação gerada ou pelo menos deveriam gerar. A informação tendo qualidade, acuracidade e sendo íntegra, tem-se que tirar o melhor proveito deste recurso. A maneira mais eficiente de extrair o melhor resultado das informações armazenadas, é usando os Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs). As vantagens de se ter um SIG são:
  • É um instrumento básico de apoio à otimização dos resultados.
  • Exige competência intrínseca às pessoas que irão utilizá-lo.
  • O uso de um plano mestre.
  • A atenção específica ao fator humano da empresa.
  • A habilidade para identificar a necessidade de informações.
  • A habilidade para tomarem decisões com informações.
  • O apoio global dos vários planejamentos da empresa.
  • O apoio organizacional de adequada estrutura organizacional e das normas e dos procedimentos inerentes aos sistemas.
  • O apoio catalisador de um sistema de controladoria.
  • O conhecimento e a confiança no sistema de informações gerenciais.
  • A existência de dados e informações relevantes e atualizados.
  • A adequada relação custo versus benefício.
Além de ter implantado os Sistemas de Informações (transacional), que visa principalmente à geração de uma Informação de qualidade, e também um Sistema de Informação Gerencial (SIG), isso não quer dizer que a empresa está preparada para tomar decisões acertivas. Tomar uma Decisão, com base em Informações geradas pelos sistemas, não garante ao gestor escolher a melhor estratégia a ser adotada. A Tomada de Decisão, ainda é de responsabilidade das pessoas que interpretam informações, analisam os impactos, cenários, mercados, concorrentes e clientes. De nada é válido o gestor estar apoiado em Sistemas, se este não tem capacidade para tomar uma Decisão correta.

Obter a Vantagem Competitiva

Vantagens competitivas podem ser obtidas por meio do suporte da tecnologia e Sistemas de Informação, de modo que amplie a capacidade de uma organização em lidar com clientes, fornecedores, produtos e serviços substitutos, e novos competidores no mercado. A análise pode ser feita baseada no modelo das forças competitivas de Porter (PORTER, 1992).


O modelo de análise de forças competitivas propostas por Porter, serve de base para a definição de diversas estratégias competitivas. Nesse caso, a base da construção da estratégia é ser diferente em relação aos concorrentes. Para tanto, devem ser feitas opções excludentes. Tentar “ser tudo para todos” é uma receita para a mediocridade estratégica e para um desempenho abaixo da média (ROEDEL, 2005).

Tomar a Decisão Correta

No contexto da tomada de decisão e considerando seu valor, a informação tem sido empregada como mais um recurso para o desenvolvimento do processo de trabalho nas organizações. A produção interna da informação e a utilização de fontes externas à organização suscitam a criação de sistemas de informação para sua identificação e organização, propiciando condições mais adequadas para sua recuperação e utilização na tomada de decisão.

No exercício da função do gestor, a ênfase deve ser dada à informação. Algumas estratégias são citadas por DAVENPORT (1998) para o gerenciamento do comportamento informacional nos ambientes empresariais, dentre as quais se destacam tornar claros os objetivos e estratégias da organização, identificar competências informacionais, concentrar-se na administração de tipos específicos de conteúdos da informação, atribuir responsabilidades pelo comportamento informacional, criar uma rede de trabalho responsável pelo comportamento informacional e apresentar a todos os problemas do gerenciamento da informação.

Diante das estratégias, é possível constatar que a informação é mais um recurso para a gestão nos ambientes empresariais e que é de todos os atores envolvidos no processo de trabalho a responsabilidade pela sua coleta, organização, distribuição e disponibilização. Desta forma, um sistema de informação que sirva ao processo de trabalho deve responder às demandas e necessidades dos diversos serviços e unidades da instituição, resguardadas suas características e especificidades, podendo ser únicos para a organização ou específicos para cada serviço.

Os Sistemas de Informação como ferramentas

Para efeito de estudo, entende-se por sistema de informação todo conjunto de dados e informações que são organizados de forma integrada, com o objetivo de atender à demanda e antecipar as necessidades dos usuários. Portanto, sistemas de informação para apoio à decisão são sistemas que coletam, organizam, distribuem e disponibilizam a informação utilizada nesse processo.

Em geral, os sistemas de apoio à decisão, obtêm dados do ambiente interno e externo à organização e processam estes dados, transformando-os em informações. O sistema opera por meio de softwares que permitem a disponibilização destas informações na forma de relatórios, de modelos matemáticos expressos em gráficos e tabelas e, ainda, permite que se instale um encontro virtual entre vários indivíduos trabalhando como um grupo dentro da organização. Além disso, como cita RICHIERI (2001), os softwares mais modernos permitem também a integração dos dados com resultados que refletem em maior rapidez na análise dos dados, transformando-os em informações essenciais para a tomada de decisão.

Os sistemas de informação nos ambientes empresariais são constituídos do gerenciamento da informação, a partir do levantamento das necessidades informacionais dos decisores, da coleta e obtenção dos dados, na análise dos dados transformando-os em informação, na distribuição da informação de acordo com as necessidades dos decisores, da utilização das informações pela sua incorporação no processo de trabalho e, finalmente, da avaliação constante dos resultados obtidos e de redirecionamentos no sistema para atender às demandas e antecipar as necessidades dos decisores. É importante ressaltar que esses sistemas têm contribuído para o desenvolvimento do processo de produção nas empresas e que, nos ambientes organizacionais, em especial, têm possibilitado maior segurança para a tomada de decisão, o que resulta em melhor atendimento aos clientes.

A Informação como principal recurso

Nos vários modelos de decisão estudados, é possível reconhecer que a decisão nem sempre é resultado de um processo seqüencial, estruturado e dirigido para uma única solução. Mas é possível afirmar que a informação é um recurso primordial para a tomada de decisão e que, quanto mais estruturado for este processo, como no caso dos modelos racionais e de processos, mais indicado se faz o uso de sistemas de informação que possam responder às demandas e necessidades informacionais do decisor. Da mesma forma, as informações requeridas para este tipo de decisão são mais objetivas e quantificáveis, tornando mais indicada a utilização de recursos informacionais que possam organizar, recuperar e disponibilizar as informações coletadas durante o processo de trabalho. Para os modelos de decisão em que a solução é resultado de um processo mais qualitativo, influenciado pelo "olhar" do decisor e por situações contingenciais, os sistemas de informação podem contribuir com dados que serão analisados e modificados para utilização na tomada de decisão.

Dentro da organização, valores são agregados à informação, transformando-a em matéria-prima para o desenvolvimento do produto da instituição. Seu objetivo principal é a busca da tomada de decisão certa, no momento oportuno, com as pessoas apropriadas, a partir da informação adequada e com o menor custo possível.

Sistemas de Informação para Tomar Decisão

No processo de trabalho, a tomada de decisão é considerada a função que caracteriza o desempenho da gerência. Independentemente do aspecto da decisão, esta atitude deve ser fruto de um processo sistematizado, que envolve o estudo do problema a partir de um levantamento de dados, produção de informação, estabelecimento de propostas de soluções, escolha da decisão, viabilização e implementação da decisão e análise dos resultados obtidos.
No contexto organizacional, CHOO (1998) considera que a tomada de decisão formal é estruturada por regras e procedimentos que especificam papéis, métodos e normas que, por sua vez, estabelecem valores que influenciam como a organização enfrenta a escolha e a incerteza. A combinação esperada entre cultura, comunicação e consenso melhora a eficiência e ajuda a alcançar um nível mais elevado de comportamento de escolha racional.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Evolução da Administração

Li um artigo e achei legal como o autor sintetizou a evolução que a administração vem tendo com o passar do tempo. Sempre quando falamos de administração de empresas, vem àquela velha imagem da pirâmide de Maslow e todo aquele calhamaço de teoria.

Em breves palavras, o que aconteceu com a gestão das empresas desde o desde o início do século, é que as empresas foram organizadas a partir dos princípios da Teoria Científica, cujo precursor, Frederick Taylor, preconizava a divisão do trabalho, a disciplina, a racionalização dos métodos e sistemas de trabalho e a padronização da produção. Para garantir que os padrões de produção fossem atingidos, sugeriu a seleção, o treinamento e o controle dos trabalhadores, incluindo o pagamento pela produção gerada em cada um deles, por meio de um sistema de incentivos monetários MOTTA (1986).

Na década de 60, a Teoria de Sistemas, conforme citado por KURGANT (1991), foi introduzida na análise organizacional, fundamentando-se na premissa de que os sistemas existem dentro de sistemas, são abertos e suas funções dependem de sua estrutura. Aqui, sistema é entendido como um conjunto de partes que se relacionam, cujos objetivos fazem com que o arranjo das partes não ocorra ao acaso.

Mais recentemente, pode ser citada a valorização do contexto social na definição do negócio da empresa, a flexibilização nos processos gerenciais, a mudança no processo de trabalho a partir da incorporação tecnológica e a participação do cliente/consumidor na definição do produto final.

Os modelos contemporâneos de administração, conduzidos por estratégias que permitem a flexibilização nos processo de produção, propiciam uma análise e um diagnóstico do ambiente, dando aos gestores condições para antecipar o futuro e reduzir riscos e incertezas na tomada de decisão.
É exatamente na tomada de decisão corporativa que os sistemas gerenciais, principalmente os de BI, atuam com maior efetividade e vai ser o que quero abortar em próximas publicações.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Tecnologia da Informação

Inicialmente o termo Tecnologia da Informação foi utilizado de maneira a implicar o uso de computadores e do uso de modelos matemáticos / estatísticos de administração por eles possibilitados nos negócios. O objetivo era restrito, voltado aos aspectos computacionais, mas foi sendo ampliado à medida que a própria tecnologia e sua aplicação evoluíam.

A Tecnologia de Informação (TI), engloba os computadores dos diversos portes e tamanhos, os sistemas operacionais, as linguagens de programação, os aplicativos de automação de escritórios, as tecnologias de armazenamento de dados, comunicação de dados, bem como dispositivos relacionados à coleta de dados e distribuição de informações nos seus diversos tipos e formatos de maneira digital.

A TI pode ser utilizada para automatizar as tarefas departamentais estruturadas, e foi efetivamente esse o seu primeiro uso nas organizações. Uma vez que a TI era composta basicamente por computadores de grande porte, sua possibilidade estava limitada a essa automação. Uma vez que a tecnologia demandava extenso planejamento para seu emprego, por meio de desenvolvimento de sistemas, as tarefas estruturadas eram seu objetivo.

Durante a última década, a relevância da Tecnologia da Informação tem crescido bastante, adquirindo uma importância estratégica, tornando-se uma ferramenta fundamental para a alavancagem dos negócios. A Tecnologia da Informação tem sido considerada um dos maiores fatores responsáveis pelo sucesso das empresas, seja para a sobrevivência, seja para a obtenção de maior competitividade nas respectivas indústrias. Novos tipos de negócios e papéis profissionais têm surgido, com base nessas redes eletrônicas de comunicações.

Hoje em dia a TI pode ser o produto final de uma empresa em forma de um software, um serviço ou então, uma área de apoio dentro de uma organizão. A área de TI pode ter um organograma muito detalhado dentro de uma empresa, indo de um estagiário de programação até um diretor responsável pela área.

Tipos de Sistemas de Informação

Vimos e definimos o que são os Sistemas de Informação anteriormente. Continuando com a idéia de escrever sobre estes sistemas no mundo corporativo, vou citar alguns tipos de sistemas usados pelas empresas.

As empresas, via sua área de Tecnologia da Informação (falarei sobre este assunto futuramente), fazem com que tarefas rotineiras, repetitivas e que podem ser pré-codificadas e programadas, antigamente realizadas por pessoas, sejam substituídas pela ação dos Sistemas de Informação. Este processo chama-se Automação. As empresas tendem a automatizar partes simples do trabalho administrativo, aquelas tarefas de rotina que, por poderem ser reduzidas a vários passos padronizados, são programadas com facilidade. Para realizar a automação ou informatização destes processos, existem alguns tipos de sistemas informatizados que auxiliam as organizações a otimizar custos e tempo.

Abaixo citarei alguns tipos destes sistemas, são eles:
  • Sistemas de processamento de transações – executam e registram as transações do negócio da empresa no seu dia-a-dia. São sistemas feitos para o nível operacional e executam operações padronizadas sem a necessidade de grande ingerência das pessoas, que apenas tem que fazer uma correta inclusão dos dados no sistema.
  • Sistemas de automação de escritórios – são sistemas feitos para a produção e organização nos escritórios das empresas, tais como editores de texto, planilhas eletrônicas, navegadores de internet, etc.
  • Sistemas de Integração com o Consumidor – parecidos com os sistemas de transações, porém ficam nos consumidores. Este tipo de sistema é feito para diminuir os custos operacionais, por exemplo, de logística entre o cliente e o fornecedor.
  • Sistemas de apoio ao trabalho em grupo – são sistemas de fluxo de informação voltado ao desempenho de times e equipes dentro da empresa. Ajudam as equipes a armazenar, acessar, rastrear e organizar as informações pela organização de forma sincronizada.
  • Sistemas de informações gerenciais – desenvolvidos para os níveis gerenciais da empresa. Tem como principais funções as de planejamento, controle e tomada de decisão. Mostram aos gestores eventuais problemas e oportunidades.
  • Sistemas de apoio à decisão – para mim, este tipo de sistema se confunde e tem a mesma finalidade dos sistemas de informações gerenciais.
  • Sistemas de business intelligence – é um nome diferente para os sistemas de informações gerenciais, porém com uma tecnologia mais avançada e projeto de construção mais apurado. Sua finalidade é fazer com que o gestor tenha respostas rápidas às situações e às oportunidades do mercado.
  • Sistemas de inteligência artificial – são sistemas que tentam simular potencialidades humanas, tais como pensamentos, sentimentos e raciocínios.
  • Redes neurais – sistemas projetados para efetuar classificações em grandes volumes de dados e isolar determinados padrões para “aprender” seu comportamento e a partir daí, por exemplo, sugerir novos produtos e promoções.
  • Sistemas de informações geográficas – são sistemas que indicam dados em um mapa. Facilitam a visualização das informações. Como exemplo, sistemas utilizados por operadoras de transito, que indicam onde está a concentração do maior congestionamento em uma cidade.
Pensando em toda a corporação, existe um tipo de sistema adequado para cada área. Estes sistemas estão sempre em evolução procurando facilitar a vida do usuário, a segurança da informação e a performance. Dificilmente uma empresa possui apenas um fornecedor destes tipos de sistemas, o que acaba gerando ilhas isoladas de informações. Este é outro assunto, mas a integração entre tipos diferentes de sistemas é uma grande pedra no sapato de qualquer grande empresa.

Sistemas de Informação

Em publicações anteriores, comentei sobre o que é informação e tentei defini-la, coisa que, depois de várias pesquisas, concluí que não existe como conceituá-la.

Se informação é um conceito muito abstrato, o que falar sobre sistematizar as informações?

Antes mesmo de existir os Sistemas de Informação, a palavra Sistema é utilizada para classificar outros vários processos e elementos. O ser humano é um dos sistemas mais complexos, que é subdivido em vários outros subsistemas, por exemplo, sistema respiratório, linfático, digestivo, etc. Vivemos em um sistema político, ecológico, educacional, enfim, a palavra sistema é tem um significado muito amplo e difícil de conceitualizar.

Vou me apoiar na definição de um escritor para tentar definir o que é um sistema. Segundo BIO B. F., que em 1991, considerou sistemas como um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo.
Após ter definido o que é um sistema, dá para esboçar um esquema visual bem simples para tentar representá-lo, conforme a figura abaixo:

Considerando o esquema acima, vou desmembrar e explicar o que cada elemento significa em breves palavras:
  • Objetivos – é a meta de um sistema. É onde se quer chegar, ou melhor, é a finalidade para o qual o sistema foi criado.
  • Entradas – é tudo aquilo que alimenta o sistema. Pode ser um material, uma informação, energia ou algo que tenha a ver com o objetivo desejado.
  • Transformação – é o “motor” do sistema. É a função que converte uma entrada em um produto, serviço ou um resultado alinhado com o objetivo.
  • Saídas – é todo o resultado esperado. Devem também estar de acordo com o objetivo, devem ser mensuráveis, controladas e ter como avaliá-las.
  • Controle e avaliação – é a verificação das saídas. É neste momento que é feita a medição da saída em relação ao objetivo e estabelecer um padrão.
  • Retroalimentação – também chamada de realimentação, este processo fornece informações da saída ao processo de transformação. Esta informação que retorna a entrada, mune o processo de transformação para estabelecer um padrão e corrigir eventuais falhas.
Entendido o que é um sistema e o que é informação (em publicação anterior neste blog), a junção destas duas palavras forma um termo tecnológico muito comum, principalmente no ambiente organizacional. E é com foco neste ambiente corporativo que gostaria de classificar este tipo de Sistema.

Os Sistemas de Informação são aqueles que coletam ou armazenam dados, submetendo-os um processamento que os transformam em informações. Os resultados deste tipo de sistema podem ser fotos, textos, vídeos, etc., porém os mais clássicos em ambientes empresariais são os famosos relatórios.

Este tipo de Sistema se torna mais valioso quanto mais informações forem geradas para atender o objetivo que se destina.

Em uma próxima publicação, estarei mostrando os tipos mais comuns de Sistemas de Informação.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Uma introdução a Tomada de Decisão

Você sabe decidir? Sempre escolhe a melhor opção? Arrepende-se de algumas decisões tomadas?

A verdade é que, só saberemos se a decisão tomada foi correta, depois que medirmos se o objetivo foi alcançado ou não. Além disso, uma decisão só existe se duas ou mais alternativas forem consideradas.
Uma decisão só é requerida quando temos as seguintes situações:
  • Precisamos realizar um ou mais objetivos;
  • Existem várias alternativas para realizar este(s) objetivo(s);
  • Dentre as alternativas para realizar este(s) objetivo(s), existe(m) dúvida(s).
E quando uma decisão é tomada por intuição ou por experiências anteriores? Neste caso não existe sistemática, são sentimentos que levam o indivíduo a fazer uma escolha.

Em um mundo corporativo, os gestores que tomam as decisões nas empresas, assumem o papel de decisores. Estes executivos são assim chamados, pois colocam a prova suas decisões, que são medidas pelo mercado a todo o momento.
Uma pesquisa realizada nos USA com 1.600 executivos, feita por Williams, Garry A. “Mude a forma de Persuadir” em 2002, mostra os cinco estilos de tomada de decisão, conforme a tabela abaixo:


Em outra pesquisa, segundo a revista Exame, na publicação de 08/08/2001, uma pesquisa revelou dados surpreendentes de como os executivos tomam suas decisões. Abaixo segue o que foi levantado por esta pesquisa:
  • Metade das decisões tomadas nas empresas, fracassa
    As melhores táticas de tomadas de decisão são as menos usadas;
  • 63,4% das decisões de executivos são tomadas pela fuga do problemaO responsável demora tanto para agir que o problema se resolve sozinho – para o bem ou mal;
    Gerentes de 30 a 39 anos, o percentual é de 83,2%
  • As informações que as empresas buscam com maior afinco são as menos aproveitadas nas tomadas de decisão
    Ordem de aproveitamento das fontes: experiências dos funcionários, sistemas de informação;
    Descasamento entre o processo formal de decisão e a própria decisão;
    Decisões muito intuitivas.
  • Metade das atividades diárias de executivos-chefes de grandes corporações dura menos de 9 minutos
    10% dos executivos excedem 1 hora;
  • De 66 a 80% do tempo gasto tem característica informal.
  • Não enxergam o problema, mas propõe uma solução
    Causa-Efeito/Alternativas.
Posto isso, o “agir por intuição” acaba sendo comum nas decisões tomadas pelos gestores nas empresas e arrisco dizer que, existe sempre um componente intuitivo em uma decisão.
A intuição em uma decisão acaba não sendo um processo irracional e é também baseada em um profundo entendimento da situação. Agir pela intuição, acaba sendo um processo muito rápido e sempre pode estar viesado.

Um levantamento feito sobre o uso da intuição na tomada de decisão por Burke e Miller, em 1999, chegou a três hipóteses:
  • O uso da intuição em decisões estratégicas será maior num ambiente instável do que num ambiente estável;
  • Num ambiente instável, a intuição será positivamente associada com o desempenho organizacional;
  • Num ambiente estável, a intuição terá uma relação negativa ou nenhuma relação com o desempenho organizacional.
Saindo desta abstração que é a intuição e entrando um pouco mais no mundo organizacional e racional, uma importante decisão corporativa, deve considerar alguns fatores para uma tomada de decisão acertada, a meu ver, são eles:
  • Confiança nas informações e pessoas – ter em mãos dados precisos e claros que dêem todo o panorama do problema em questão. Contar com pessoas capacitadas que realizarão a execução da solução escolhida.
  • Impacto – considerar o risco que a organização pode sofrer em cada solução levantada. Medir impactos financeiros, de recursos humanos e da marca.
  • Dúvidas – é exatamente o oposto do primeiro item, ou seja, informações imprecisas, confusas, duvidosas e sem pessoas para realizar a decisão que for escolhida. Incluo aqui também a possibilidade de agentes externos a organização, como mercado, meio ambiente, tragédias, etc.
  • Transição – é a fase de adaptação da empresa, mercado ou funcionários em relação à decisão tomada.
  • Retorno – após tomada a decisão e executada, medir o resultado para ter a certeza que a ação teve o resultado esperado ou senão, mapear os erros cometidos e re-iniciar o processo de tomada de decisão.
As empresas organizadas, que geralmente são as grandes multinacionais, possuem modelos próprios para tomar uma decisão, quando esta é relevante e de grande impacto na organização. Estes modelos são geralmente padronizados e adotados para resolver qualquer tipo de decisão em qualquer departamento da empresa.

Um modelo de tomada de decisão que vi na maioria das empresas que atuei e que em minha opinião é o mais coerente e viável seria:
  • Identificação dos objetivos que se deseja atingir;
  • Elencar as possíveis alternativas de soluções;
  • Decidir entre as alternativas, qual é a mais viável;
  • Levantar os esforços e recursos envolvidos para atender a solução escolhida;
  • Documentar e especificar a solução e comunicar os envolvidos;
  • Executar e acompanhar esta solução além de levantar eventuais re-trabalhos.
Depois de toda esta teoria, embasada em alguns escritores e publicações, fica claro que o processo de tomada de decisão depende da intuição, sensibilidade e experiências anteriores da pessoa envolvida em uma escolha/problema. Além disso, existe sim a parte racional da decisão que é feita escolhendo as alternativas que mais se encaixem em algum sistema de valores dos decisores e é, até certo ponto, uma aceitação razoável. Devemos considerar também que, o ato de tomar uma decisão, pode ser algo que se aprende com a prática e com o tempo. Tudo isso é possível capacitando as pessoas, investindo em capital intelectual, comunicação, abertura para idéias, prioridade de resolução dos problemas e mapeá-los, elencar alternativas viáveis e por fim, as análises numéricas são ferramentas para uma decisão mais acertiva e com menor percentual de riscos.

Esta postagem é para contextualizar a tomada de decisão e em breve, estarei escrevendo sobre como algumas ferramentas informatizadas ajudam os decisores, fornecendo informações estatísticas, para uma boa tomada de decisão.

O que é Informação?

Você saberia a diferença entre informação, conhecimento e dados? Realmente são conceitos que vem se transformando com o tempo e causam certa confusão nas pessoas.
Acho interessante escrever sobre dados antes de informação. Já ouvi e li várias definições sobre o que é um dado, mas para mim, dado é um fato ocorrido, objetivo e já concretizado, acontecido no passado. Dados por si só, não tem significado inerente.
Definido o dado, a informação acaba sendo uma derivação. Para mim, informação é o dado processado, enriquecido e formatado por alguém. Por exemplo, a velocidade de um automóvel é medida por quilômetros por hora (km/h). Quando fornecemos os dados 100 quilômetros e 1 hora, separadamente, não representa nada, agora, quando juntamos estes dois dados, temos a informação que a velocidade do carro é de 100km/h e chegamos a uma conclusão.

Assim como os dados se transformam em informação, a informação também se transforma em conhecimento. Para Davenport (2001), o conhecimento é alcançado por meio de:

  • Comparação – de que forma as informações relativas à determinada situação comparam-se a outras situações conhecidas;
  • Conseqüência – que implicações estas informações trazem para as decisões e tomadas de ação;
  • Conexão – quais as relações deste novo saber com o conhecimento já acumulado;
  • Diálogo – o que as pessoas pensam desta informação.

Até temos uma intuição do que é informação, porém não conseguimos defini-la escrevendo, com gestos, sabores, etc. Qualquer que seja a definição sobre informação acaba chegando na sua própria definição, ou seja, é circular.O que consigo afirmar é que a informação é algo que criamos, usamos, queremos, escutamos, manipulamos e comunicamos em tudo o que fazemos a todo momento.