terça-feira, 28 de julho de 2009

Uma introdução a Tomada de Decisão

Você sabe decidir? Sempre escolhe a melhor opção? Arrepende-se de algumas decisões tomadas?

A verdade é que, só saberemos se a decisão tomada foi correta, depois que medirmos se o objetivo foi alcançado ou não. Além disso, uma decisão só existe se duas ou mais alternativas forem consideradas.
Uma decisão só é requerida quando temos as seguintes situações:
  • Precisamos realizar um ou mais objetivos;
  • Existem várias alternativas para realizar este(s) objetivo(s);
  • Dentre as alternativas para realizar este(s) objetivo(s), existe(m) dúvida(s).
E quando uma decisão é tomada por intuição ou por experiências anteriores? Neste caso não existe sistemática, são sentimentos que levam o indivíduo a fazer uma escolha.

Em um mundo corporativo, os gestores que tomam as decisões nas empresas, assumem o papel de decisores. Estes executivos são assim chamados, pois colocam a prova suas decisões, que são medidas pelo mercado a todo o momento.
Uma pesquisa realizada nos USA com 1.600 executivos, feita por Williams, Garry A. “Mude a forma de Persuadir” em 2002, mostra os cinco estilos de tomada de decisão, conforme a tabela abaixo:


Em outra pesquisa, segundo a revista Exame, na publicação de 08/08/2001, uma pesquisa revelou dados surpreendentes de como os executivos tomam suas decisões. Abaixo segue o que foi levantado por esta pesquisa:
  • Metade das decisões tomadas nas empresas, fracassa
    As melhores táticas de tomadas de decisão são as menos usadas;
  • 63,4% das decisões de executivos são tomadas pela fuga do problemaO responsável demora tanto para agir que o problema se resolve sozinho – para o bem ou mal;
    Gerentes de 30 a 39 anos, o percentual é de 83,2%
  • As informações que as empresas buscam com maior afinco são as menos aproveitadas nas tomadas de decisão
    Ordem de aproveitamento das fontes: experiências dos funcionários, sistemas de informação;
    Descasamento entre o processo formal de decisão e a própria decisão;
    Decisões muito intuitivas.
  • Metade das atividades diárias de executivos-chefes de grandes corporações dura menos de 9 minutos
    10% dos executivos excedem 1 hora;
  • De 66 a 80% do tempo gasto tem característica informal.
  • Não enxergam o problema, mas propõe uma solução
    Causa-Efeito/Alternativas.
Posto isso, o “agir por intuição” acaba sendo comum nas decisões tomadas pelos gestores nas empresas e arrisco dizer que, existe sempre um componente intuitivo em uma decisão.
A intuição em uma decisão acaba não sendo um processo irracional e é também baseada em um profundo entendimento da situação. Agir pela intuição, acaba sendo um processo muito rápido e sempre pode estar viesado.

Um levantamento feito sobre o uso da intuição na tomada de decisão por Burke e Miller, em 1999, chegou a três hipóteses:
  • O uso da intuição em decisões estratégicas será maior num ambiente instável do que num ambiente estável;
  • Num ambiente instável, a intuição será positivamente associada com o desempenho organizacional;
  • Num ambiente estável, a intuição terá uma relação negativa ou nenhuma relação com o desempenho organizacional.
Saindo desta abstração que é a intuição e entrando um pouco mais no mundo organizacional e racional, uma importante decisão corporativa, deve considerar alguns fatores para uma tomada de decisão acertada, a meu ver, são eles:
  • Confiança nas informações e pessoas – ter em mãos dados precisos e claros que dêem todo o panorama do problema em questão. Contar com pessoas capacitadas que realizarão a execução da solução escolhida.
  • Impacto – considerar o risco que a organização pode sofrer em cada solução levantada. Medir impactos financeiros, de recursos humanos e da marca.
  • Dúvidas – é exatamente o oposto do primeiro item, ou seja, informações imprecisas, confusas, duvidosas e sem pessoas para realizar a decisão que for escolhida. Incluo aqui também a possibilidade de agentes externos a organização, como mercado, meio ambiente, tragédias, etc.
  • Transição – é a fase de adaptação da empresa, mercado ou funcionários em relação à decisão tomada.
  • Retorno – após tomada a decisão e executada, medir o resultado para ter a certeza que a ação teve o resultado esperado ou senão, mapear os erros cometidos e re-iniciar o processo de tomada de decisão.
As empresas organizadas, que geralmente são as grandes multinacionais, possuem modelos próprios para tomar uma decisão, quando esta é relevante e de grande impacto na organização. Estes modelos são geralmente padronizados e adotados para resolver qualquer tipo de decisão em qualquer departamento da empresa.

Um modelo de tomada de decisão que vi na maioria das empresas que atuei e que em minha opinião é o mais coerente e viável seria:
  • Identificação dos objetivos que se deseja atingir;
  • Elencar as possíveis alternativas de soluções;
  • Decidir entre as alternativas, qual é a mais viável;
  • Levantar os esforços e recursos envolvidos para atender a solução escolhida;
  • Documentar e especificar a solução e comunicar os envolvidos;
  • Executar e acompanhar esta solução além de levantar eventuais re-trabalhos.
Depois de toda esta teoria, embasada em alguns escritores e publicações, fica claro que o processo de tomada de decisão depende da intuição, sensibilidade e experiências anteriores da pessoa envolvida em uma escolha/problema. Além disso, existe sim a parte racional da decisão que é feita escolhendo as alternativas que mais se encaixem em algum sistema de valores dos decisores e é, até certo ponto, uma aceitação razoável. Devemos considerar também que, o ato de tomar uma decisão, pode ser algo que se aprende com a prática e com o tempo. Tudo isso é possível capacitando as pessoas, investindo em capital intelectual, comunicação, abertura para idéias, prioridade de resolução dos problemas e mapeá-los, elencar alternativas viáveis e por fim, as análises numéricas são ferramentas para uma decisão mais acertiva e com menor percentual de riscos.

Esta postagem é para contextualizar a tomada de decisão e em breve, estarei escrevendo sobre como algumas ferramentas informatizadas ajudam os decisores, fornecendo informações estatísticas, para uma boa tomada de decisão.

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